PAUSE 80 | Carta para o Espelho
Sobre a coragem de se relacionar bem com o próprio reflexo e colocar limites para as pessoas. Sobre começar bem novembro <3
O ano tá voando aí também?
Pois bem. Encontrei uma série de textos que escrevi no início de 2023 e este que trago hoje talvez possa fazer sentido para você. Já deixou de se olhar no espelho? Já xingou o reflexo? Isso, uma coisa meio A Substância. Eu sei que sim, eu também. E por isso trago o Pause para Pensar de hoje instimista e reconciliatório.
E tem umas coisinhas mais nesta edição.
Lembrando que estamos entrando na leitura sobre arquétipos de “O Despertar da Heroína Interior", da Carol S. Pierson, neste mês. Estou curtindo muito.
Bora fazer esse clube de livro e repertório sacudir, gente?! Vamos juntas?
PAUSE PRA PENSAR
Carta para o Espelho
Escrevo sem cerimônia porque não cabe mais melindre entre a gente.
Já ficamos sem nos olhar na cara por meses e depois, em algum momento, começamos a nos mandar uns beijos engraçadinhos e a rir de bobeira.
A gente já se amou tanto! Já se criticou muito também, se evitou, quase se quebrou... mas será que não podemos só tentar conviver em paz?
Hoje eu trouxe a bandeira branca.
Dias desses, flagrei um belo reflexo da gente no banheiro do aeroporto.
A menina se maquiava distraidamente enquanto cantarolava uma música brega, daquelas que a gente também ama, e não evitava nunca o contato visual. Tinha uma química clara ali: aquela dupla se fazia bem, se elevava.
Lembrei demais a nossa época da faculdade e de logo depois. As músicas, as maquiagens pesadas, as roupas - ou menor, os panos diminutos e brilhantes. Tinha tão menos questionamento e tão mais diversão!
Já sei que você vai dizer que a garota do aero deve ser mais nova que a gente, e que a gente mesmo era jovem pacas na lembrança feliz, que o nosso corpo era lindo, torneado, o rostinho era firme e sem manchas. Tudo fresco, fácil, tudo caía bem. Tá.
Mas será que a nossa relação deve mesmo ser baseada nas vicissitudes da idade?
Será que não é hora de parar de dar tanta bola para o que os outros pensam da gente?
Não tem beleza em cada fase da vida, não?
Achem o que quiserem, se nós estivermos bem, o mundo vai sentir isso e vai ver beleza também. Não é você que repetia algo assim uns anos atrás? Era, era sim, que você andava toda motivacional enquanto tentava se acostumar ao peso novo e ao cabelo curtinho ficando branco.
Sua boba, estava linda, você é linda em todas essas cores e pesos e etapas. Ainda mais quando dá esse sorrisinho que eu imagino que deva estar exibindo agora com essa boca pequena pra baixo que, ainda bem, você insiste em não preencher.
Olha, não vim provocar. Vim propor uma reconciliação.
Nem adianta chiar, daqui a umas horas eu vou passar aí, e a gente vai ter que se encarar.
Prometo que diante de você vai estar uma mulher de cabeça erguida, bem arrumada, com aquele riso solto e o olhão bem vibrante, aquela coisa mezzo doida mezzo sedutora com a qual você se identifica.
Quero receber a mesma energia de volta.
Cansei de esperar para ser vista como mereço, então vou fazer a minha parte! Espero, no mínimo, ter... ver a sua devolutiva.
Reflita.
Te vejo já.
Obs. Este texto foi escrito em janeiro de 2023, quando eu estava ainda imersa num grave burnout e tentando me reconciliar com a minha imagem e me reerguer. Não mexi em nada, porque retrata aquele momento, que não é o mesmo hoje. Eu e o espelho estamos numa fase bem mais cremosa agora, embora ainda com seus altos e baixos. Estamos sempre refletindo <3.
PAUSE PRA CRIAR
Conselho para novembro, dezembro, pra vida
Você ensina as pessoas como te tratar.
Eis o melhor conselho que já recebi, aquele que me fez trocar a ideia de agradar todo mundo pela de me agradar, me respeitar primeiro.
Portanto, é bom pra vc que, assim como eu, tem veio pra Terra com a tendência a cuidar, a se preocupar com os outros e tentar resolver os problemas alheios além da conta. É o seu caso? Então vem.
O conselho veio de um livro antigo, do Dr. Phill (aquele que não saía da Oprah), chamado Estratégias de Vida. Já indiquei essa obra algumas vezes. Li pela primeira vez na adolescência e me impactou profundamente. Depois reli, e nunca achei nenhuma coisa parecida essa autoajuda profunda.
É sobre, por meio de atitudes e da capacidade de impor limites, mostrar para os outros quem você é de fato e o que está disposta a suportar ou não.
Desenvolver a capacidade de desagradar, ainda que de leve.
É sobre, ainda, ter mais autorresponsabilidade: sair da postura de vítima no dia a dia e fazer algo ativamente para que te respeitem.
Treinar família, parceiros, amigos e colegas profissionais a te verem de igual pra igual.
Se a gente sempre aceita tudo, está "ensinando" que topa ser burro de carga. Se jamais se posiciona, é como se estive sendo conivente com o que, no fundo, não é.
Os outros respondem ao que fazemos - ou não - continuamente.
Não tem carreira, vida nem marca pessoal de fato bem-sucedida sem começar a aplicar esse conselho.
Ensine os outros a te tratarem como merece.
Para isso, comece treinando acreditar que merece mais, então erga a cabeça e imponha seus limites. Vão estranhar, depois, vão se acostumar, pode acreditar.
Pause é…
Esta newsletter tem um ano e meio e se reafirmou recentemente como um local de textos e referências para pensar novos moldes de vida e de carreira. Ganhou o nome PAUSE para lembrar que às vezes é preciso pausar para continuar em movimento - seja descansando, repensando a vida, lendo, revendo conceitos, mudando a direção…
Estudo comportamento, branding pessoal, moldes de carreira, tendências e uso abundância de referências desde sempre. Isso está aqui. Depois do burnout que tive dois anos atrás, passei a olhar ainda mais criticamente para os temas que sempre estudei, e agreguei mais saúde mental, bem-estar e “relax” para o combo. Então isso também paira nas nossas conversas.
O resultado é esta newsletter, que passou a ter versão de assinatura paga (R$35 por mês), com conteúdos novos e exclusivos.
Recordando o que temos aqui:
Clube do Livro e do Repertório, com encontros virtuais para assinantes
Insights e ideias de branding pessoal, carreira e outros temas quentes para assinantes, com exclusividade
Eventuais descontos em projetos especiais
Claro, o texto mais lúdico da newsletter semanal, que continua gratuito
Eu, o que faço e Pause
Oi, eu sou a @brufioreti 🙂.
Jornalista. Especialista em branding pessoal e transição de carreira. Defensora do repertório amplo e do combo ler/escrever para viver melhor. Generalista por natureza, interessada em comportamento, neurociência, emoções, arte, feminismo, moda e tendências.
Tenho 20 anos de jornalismo como editora em grandes redações, cobrindo principalmente Cultura, Comportamento, Moda e Beleza: os lugares que mais me marcaram foram a Revista Glamour, onde fui redatora-chefe por 5 anos, e o Estadão e seu extinto primo paulistano Jornal da Tarde, nos quais passei 6 anos.
Sou das Humanas, mas trago números para me apresentar, veja você.
Tenho quase 42 anos de vida, 18 anos vivendo em São Paulo, 8 anos de empreendedorismo, 6 planetas no mapa em Libra, 2 casamentos, 2 gatos, zero filho.
Dezenas de cursos ministrados por mim, chuto pelo menos uns 15 como aluna entre pós e extensões. No mínimo 8 mil alunos e mentorados até aqui, palestras que não consigo mais contar.
Uns 5 projetos iniciados e não terminados, livro sendo escrito. Muitos porres nesta vida, poucos palpites sobre outras.
Um burnout pra conta e um sem-número de ideias pra dividir <3.
Nesta newsletter, tento sempre voltar à estaca zero e me lembrar do que realmente importa. Aciono o botão PAUSE e venho compartilhar sem pressa nem algoritmo coisas que me ocorrem gerundiando: vivendo, mentorando, botecando, estudando, ensinando.
Trago leituras, práticas e Clube do Livro para quem quer pensar novos moldes de vida e de carreira e sabe que pausar é o único jeito de continuar em movimento.
Ah, essa lição, aprendi com muita força depois de passar por um burnout e faço questão de levar adiante.
obs. para saber mais dos meus trabalhos para além desta seara, em palestras e cursos, acesse brufioreti.com.br
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