Antes do texto da semana, venho com a data do nosso primeiro encontro do Clube Pause! Uhuu! Vai ser no dia 22 de setembro, domingo, às 10h, num link do Zoom que enviarei para os participantes pertinho da data. Isso, vamos tomar um cafezinho juntas pra deixar o domingo mais gostoso e pensante. Curtiu?
Lembrando que, para participar do Clube, é preciso se tornar assinante pago desta newsletter, tá? Fica R$ 35 por mês.
Estamos lendo agora “O Perigo de Estar Lúcida”, de Rosa Montero, e ainda dá tempo de pegar esse bonde! Vamos juntas ler e discutir trechos, além de enriquecer a experiência com ideias sobre criatividade, loucura (ou não) feminina e mais papos que interessam a nós, mulheres.
Feliz de reencontrar essa turma de leitoras e de poder ampliar o Repertório em grupo, do jeitinho que a gente gosta!
Ainda somos uma turma enxuta, vem que o papo vai ser um tricô intimista.
A diferença que um ano faz
Há um ano ela estava despedaçada.
Paralisada, fisicamente inclusive, por uma dosagem errada de medicação misturada ao espanto provocado pela dor de mais um relacionamento que acabava. O amor da vida, afinal, não era definitivo como pensava - você já viu esse filme, ela também já tinha visto, só não achava que a reprise viria tão depressa. Ela também tentava se recuperar de uma situação grave de assédio no trabalho, o mesmo que precisou largar quando os sinais da paralisia se agravaram. Estava, para piorar, bastante endividada.
Beco sem saída, sufoco, dor.
Sentia a sanidade indo embora junto com o casamento e a segurança profissional, mas a inércia, a ideia de permanecer naquela dor, parecia ainda mais insuportável que a ideia de tentar mais uma vez mudar de vida. Ela mudou, de casa e de trabalho. Chorando, com o coração em frangalhos e o cérebro em curto-circuito.
Quando achava que estava melhorando desse processo todo, veio a suspeita de câncer, dezenas de exames e três procedimentos cirúrgicos. O que mais podia acontecer?
Eu te conto.
Um ano depois, ela está finalmente com saúde, sorrindo, saindo sozinha para se divertir e comprando um apartamento com o dinheiro que pela primeira vez na vida aprendeu a poupar. Segura, com medo também, mas em movimento - aquele mesmo iniciado aos trancos e barrancos em meio ao desconforto de um sonho corrompido.
Quem imaginaria?
Quando eu soube da coroação da sua transformação com um apartamento novo, algo impensável para essa criatura até pouco tempo, a primeira coisa que pensei foi: Imagina que há um ano ela poderia sonhar com um desfecho assim para essa novela? Jamais.
Pois tem vezes que a vida é melhor que a ficção. Seus autores conhecem profundamente as fraquezas e as forças dos protagonistas e podem forjar futuros inimagináveis, criativos, construindo capítulo por capítulo, sem a menor ideia do desfecho. Esmeram-se, no entanto, nas cerejas do bolo.
Não saber o futuro, afinal, é parte da beleza e da eficácia de agir miudinho e deixar a serendipidade colocar gratas surpresas no caminho.
Nossa incapacidade de prever o amanhã é também a maior fonte de esperança no deserto da alma, este que atravessamos nas grandes rupturas, nos lutos, nas rasteiras.
O amanhã, de fato, não se sabe.
E isso, menos que uma frase pró-ansiedade, pode ser também a pitadinha que falta para reavivar o frio na barriga e um pontinha de confiança no fluxo da vida.
Num dia você está semimorta, noutro está vivíssima. O oposto também é real, eu bem sei. Nada é tão definitivo que deva nos privar de colocar os acontecimentos em perspectiva.
Só sei que fiquei tão orgulhosa e cheia de esperança com essa história, de uma pessoa próxima, que precisei dividir.
Quem está numa situação semelhante, flertando com a descrença, precisa da experiência de quem aprende a tirar a vida para dançar mesmo quando os pés estão torcidos, descalços e doloridos. De quem ousar contar sobre a quantidade de calos e suturas por debaixo das graciosas sapatilhas acetinadas de uma bailarina.
Incrível constatar como, quando se abstrai um pouco a dor e se inicia o balé, um palco vai se criando para que os próximos passos deslizem por ali.
Observe ao redor, está cheio de gente coreografando recomeços por aí. Escute atentamente: a música nunca para de tocar.
Por que ser assinante PAUSE
Esta newsletter tem um ano e meio e se reafirmou recentemente como um local de textos e referências para pensar novos moldes de vida e de carreira. Ganhou o nome PAUSE para lembrar que às vezes é preciso pausar para continuar em movimento - seja descansando, repensando a vida, lendo, revendo conceitos, mudando a direção…
Estudo comportamento, branding pessoal, carreira, tendências e uso abundância de referências desde sempre. Isso está aqui. Depois do burnout que tive dois anos atrás, passei a olhar ainda mais criticamente para os temas que sempre estudei, e agreguei mais saúde mental, bem-estar e “relax” para o combo. Então isso também está aqui.
O resultado é esta newsletter, que passou a ter versão de assinatura paga (R$35 por mês).
E aí você me pergunta: por que eu deveria me tornar um assinante pago pela PAUSE?
Vou te explicar o que estamos criando aqui:
O maior benefício dos assinantes é fazer parte do Clube do Livro, na verdade, um Clube do Repertório, que começa com o livro “O Perigo de Estar Lúcida", da espanhola Rosa Montero. Vamos ler uma curadoria bem especial de livros e ter encontros no Zoom para falar deles, agregando mais referências para enriquecer a conversa. Inicialmente, pensei que precisariam ser encontros trimestrais, mas creio que é mais vibrante (e apaixonante rs) fazer em prazo menor.
Além da newsletter semanal, os assinantes recebem textos extras eventuais e exclusivos.
Apenas os assinantes eventualmente ganham descontos em encontros, cursos e aulas que eu lanço.
E, é claro, é uma forma de apoiar um trabalho autoral, que precisa de tempo, energia e suporte para continuar. A torcida agradece <3
Eu, o que faço e o meu Pause
Oi, eu sou a @brufioreti 🙂.
Jornalista. Especialista em branding pessoal e transição de carreira. Defensora do repertório amplo e do combo ler/escrever para viver melhor. Generalista por natureza, interessada em comportamento, neurociência, emoções, arte, feminismo, moda e tendências.
Tenho 20 anos de jornalismo como editora em grandes redações, cobrindo principalmente Cultura, Comportamento, Moda e Beleza: os lugares que mais me marcaram foram a Revista Glamour, onde fui redatora-chefe por 5 anos, e o Estadão e seu extinto primo paulistano Jornal da Tarde, nos quais passei 6 anos.
Sou das Humanas, mas trago números para me apresentar, veja você.
Tenho quase 42 anos de vida, 18 anos vivendo em São Paulo, 8 anos de empreendedorismo, 6 planetas no mapa em Libra, 2 casamentos, 2 gatos, zero filho.
Dezenas de cursos ministrados por mim, chuto pelo menos uns 15 como aluna entre pós e extensões. No mínimo 8 mil alunos e mentorados até aqui, palestras que não consigo mais contar.
Uns 5 projetos iniciados e não terminados, livro sendo escrito. Muitos porres nesta vida, poucos palpites sobre outras.
Um burnout pra conta e um sem-número de ideias pra dividir <3.
Nesta newsletter, tento sempre voltar à estaca zero e me lembrar do que realmente importa. Aciono o botão PAUSE e venho compartilhar sem pressa nem algoritmo coisas que me ocorrem gerundiando: vivendo, mentorando, botecando, estudando, ensinando.
Trago leituras, práticas e Clube do Livro para quem quer pensar novos moldes de vida e de carreira e sabe que pausar é o único jeito de continuar em movimento.
Ah, essa lição, aprendi com muita força depois de passar por um burnout e faço questão de levar adiante.
obs. para saber mais dos meus trabalhos para além desta seara, em palestras e cursos, acesse brufioreti.com.br
obs2. para assinar a newsletter, é só colocar o seu email abaixo. Você também pode já garantir a sua assinatura paga, com os benefícios descritos antes.
Maravilhoso texto!!