Descarrego agora é PAUSE
Um espaço de leituras e práticas para quem sabe que pausar é o único jeito de continuar em movimento
Faz um ano e meio que criei a minha primeira newsletter e sem pensar duas vezes batizei com o único nome possível naquele período: Descarrego. Eu estava às voltas com um burnout insano, que me embaçou a vista, deixou na cama e turvou a minha percepção por muito mais tempo do que achava ser possível.
Quando me perguntam hoje, eu digo que parei por dois anos. Digo para simplificar, porque obviamente eu não parei pra valer. Passei muito tempo deitada, imóvel, mas não queria me entregar. Tentei muitas coisas, profissionais e pessoais, que abreviassem aquele sofrimento e me trouxessem “de volta".
No meio do caminho, fui descarregando ideias aqui, no único projeto que consegui manter durante o inferno de não conseguir me controlar e produzir nos moldes que eu achava apropriados - velozes e deliciosamente furiosos, meu modus operandi desde sempre, que me tirou da pobreza e da vida numa cidadezinha sem perspectiva para o que eu gostava de fazer para uma carreira vibrante e bem-sucedida em São Paulo, com viagens internacionais, entorno cheio de gente interessante e dinheiro fluindo como que naturalmente.
Foi naturalmente, até que não foi mais.
Como demorei muito para sacar que os sinais que o meu corpo estava mandando não eram mais um mero episódio de cansaço, o meu buraco foi sendo cavado muito, muito embaixo. Quase uma cova.
Dois anos - dois anos com uma renda muitíssimo abaixo do que era porque eu não conseguia nem queria me comprometer com projeto nenhum. Meu corpo barrava. Fiz o pouco que podia para manter o que sempre achei fundamental na carreira: a credibilidade. Contei a verdade. Declinei convites com sinceridade, fui transparente até nas redes sociais sobre o que estava acontecendo comigo, obviamente sem detalhar demais, porque para ser honesta, eu também não sabia direito. Hoje eu sei, sei bem mais pelo menos.
A coisa da confiabilidade, da credibilidade, pegava muito para mim. Tudo o que um empreendedor solo tem é o seu nome e fiz o que pude para manter a verdade acima dos números e dos ganhos. Perdi muita coisa pelos tantos nãos que dei, sumi para a maioria das pessoas até os convites irem ficando escassos. Porém, nesta semana, descobri que de fato mantive aquele meu ouro que não é de tolo. Lancei uma pesquisa sobre a minha marca pessoal para uma turma de pessoas confiáveis, e o que mais apareceu associado a mim não foram os temas que trabalho, mas dois termos, “autenticidade” e “credibilidade". Confesso que fiquei surpresa e até emocionada ao constatar que esses atributos, maiores que o jornalismo, que meus cursos de branding pessoal ou meu maximalismo na moda, continuavam ali, firmes, segurando esse patrimônio que não perdi, mesmo quando achei que estava perdendo tudo.
Pois bem.
Eu já tinha a ideia de trazer algumas alterações para tornar esta newsletter mais “parruda", mais comunitária, sem perder o ar literário e sinceríssimo que a caracteriza. Também já tinha na manga um projeto chamado PAUSE, pensado numa mesa de bar e devidamente documentado e detalhado depois. Mas só recentemente me veio o salto mental.
O salto, o clique: a Descarrego é o Pause agora que eu superei a crise do burnout, já pus a máscara de oxigênio em mim e consigo levar a cabo projetos maiores, como venho fazendo no bastidor.
Pelo menos duas coisas práticas mudam a partir disso:
1) o conteúdo da newsletter passa a ser mais completo e focado no tema macro PAUSE, reflexões, repertório, práticas e ideias para uma vida antiburnout, por assim dizer;
2) PAUSE passa a ter uma versão completa e com benefícios para assinantes, como um amadurecimento do projeto (olha a carinha do projeto aí, me conta se quiser saber os porquês visuais).
Veja, eu vou continuar a “descarregar” muitas coisas por meio da escrita porque acho que essa é a base desta newsletter, a graça de ela não ser mais uma como tantas estritamente “úteis”, mas um espaço de identificação, pensamento livre, ideias palavrosamente concatenadas para gerar inspiração. Mas o conteúdo completinho em breve será apenas para os que pagam a taxa de 35 reais por mês; os assinantes gratuitos receberão uma versão menor do PAUSE.
E, claro, o fio que há de ligar tudo daqui em diante, mais do que nas 60 e poucas edições anteriores, vai ser a “pausa”, a falta dela, a necessidade dela, a delícia dela, as formas de fazê-la, por meio de repertório, práticas de ciências do comportamento, ideias diversas.
Eu pre-ci-so pensar, repensar, ruminar e escrever sobre e me manter apertando esse botão PAUSE porque eu não posso me dar ao luxo de ferver minha mente uma vez mais.
Sinto alguns sinais no corpo de tudo o que passei, sequelas que aparecem de forma pontual e assustadoramente precisas no físico mesmo. Quero te contar sobre isso e o que tenho aprendido porque desejo que você também se letre no seu corpo, quem sabe sem ter que descer todas as camadas que desci.
Percebo como tenho reprogramado a minha rotina e a minha mente para produzir no nível que preciso, mesmo não sendo mais a mesma. O PAUSE é um dos três projetos que estou trabalhando no bastidor, todos para serem lançados neste ano. Mas eu realmente não posso abrir mão de me deitar cedo e de ler, por exemplo. Quero muito aprofundar sobre aqui.
Eu ganhei muito peso no processo do burnout, usei tudo o que sei de identidade imagética para me manter de cabeça erguida. Nesse processo, vieram muitos questionamentos feministas, comportamentais, mas também de saúde, de marcadores, de exercícios, de modinhas… material imenso de vivência, conversa, pesquisa, estudo para dividir.
Tive que inventar uma nova maneira de fazer rebranding, partindo de uma questão nova para mim, a saúde. Repensando projetos, encarando uma novíssima insegurança na minha capacidade de tocar o barco, entendendo novos formatos, me arriscando com um pouco mais de cautela do que costumava ter. A carreira retomada depois de um tempo longo assim é uma transição profissional desafiadora, empolgante e amedrontadora, tudo ao mesmo tempo. É preciso PAUSE para falar disso sem a pressão de parecer vencedora do tempo todo. Porque não é verdade, muita coisa parece promissora e não vai, muita gente acolhe e muita gente te esquece. Se aqueles pilares de credibilidade e autenticidade não estão em dia, nossa… É um tema urgente, quero falar dele.
Por fim, a cada duas, três pessoas que converso, uma está exausta, a outra está burnoutada ou superou o burnout. E esse cara é multifatorial e difícil de curar, lento, doloroso. Vejo muita gente que se acha curada e farejo que não está. Me sinto na missão de tratar disso.
Entende por que eu precisava fazer disso aqui o PAUSE, um projeto mais completo, mas também viável economicamente para que eu possa investir ainda mais energia e tempo dele?
Vejo assuntos mil a serem pesquisados e cuidadosamente transmitidos sobre a necessidade individual e coletiva de pausar para que, justamente, possamos continuar em movimento - esta é a premissa que me trouxe até aqui.
PAUSE pra mim é um guarda-chuva amplo, que abarca assuntos leves e densos que, pode ter certeza, devem ganhar meu melhor olhar e um tom acolhedor, porque esta é uma pausa preciosa que você me dá para entrar na sua vida e eu quero que te ajude a se sentir melhor.
Falando de coisas práticas… Ainda na versão para os assinantes pagos, resolvi incluir uns extras que não vão te atolar, prometo, mas te agregar. Olha:
A versão em áudio do texto principal, porque - eu sei muito bem - quando estamos exaustas, nem ler conseguimos e escutar ajuda.
Um Clube do Livro com os temas PAUSE, e encontro no Zoom a cada três meses, para dar tempo de ler, digerir, cruzar referências.
Também vou de tempos em tempos, além do texto principal, trazer algumas dicas de livros, filmes etc, que surgirão naturalmente porque aqui será o local prioritário sobre tudo o que é o pilar REPERTÓRIO/COMPORTAMENTO da minha carreira. Os outros projetos que comentei e que vão sair logo mais não serão de assinatura e focarão 1) em branding pessoal 2) em carreira multipotencial e transição.
Também pretendo trazer exercícios e práticas para entendermos na pele o que é o autocuidado de verdade e abarcar outras necessidades. Não são aulas, como você já me viu tanto dar, mas ensinar é algo que está no meu DNA e pode figurar como um plus por escrito para os assinantes.
E aí, vamos sentir juntas. Podemos ter alguns encontros extras com condições especiais para quem for assinante. E quem sabe quantas pausas coletivas mais podemos querer, se for pra crescer e nos movimentar num ritmo mais saudável, mais possível.
Eu não vou voltar para o burnout, e mergulhar nessa missão está me ajudando muito a equilibrar meu jeito acelerado com os desejos profissionais que não param de pipocar na mente. Não quero que você ferva a cabeça e sinceramente sei que posso de muitas formas ajudar. Adoro a ideia de estarmos juntas nessa. Agora de modo perene, com um modelo que eu mesma já testei e gosto de fazer, manter e planejar.
Vem comigo no PAUSE?
Olha. Se eu posso continuar tendo autenticidade e credibilidade como pilares da minha marca pessoal, isso tem tudo a ver com você que acredita em mim, confia no meu conhecimento e embarca comigo. Como a gente é mais forte junto, né?
Eu vou te ajudar a pausar. De um jeito bom. Pausar em movimento.
Eu, o que faço e o meu Pause
Oi, eu sou a @brufioreti 🙂.
Jornalista. Especialista em branding pessoal e transição de carreira. Defensora do repertório amplo e do combo ler/escrever para viver melhor. Generalista por natureza, interessada em comportamento, neurociência, emoções, arte, feminismo, moda e tendências.
Tenho 20 anos de jornalismo como editora em grandes redações, cobrindo principalmente Cultura, Comportamento, Moda e Beleza: os lugares que mais me marcaram foram a Revista Glamour, onde fui redatora-chefe por 5 anos, e o Estadão e seu extinto primo paulistano Jornal da Tarde, nos quais passei 6 anos.
Sou das Humanas, mas trago números para me apresentar, veja você.
Tenho quase 42 anos de vida, 18 anos vivendo em São Paulo, 8 anos de empreendedorismo, 6 planetas no mapa em Libra, 2 casamentos, 2 gatos, zero filho.
Dezenas de cursos ministrados por mim, chuto pelo menos uns 15 como aluna entre pós e extensões. No mínimo 8 mil alunos e mentorados até aqui, palestras que não consigo mais contar.
Uns 5 projetos iniciados e não terminados, 2 livros sendo escritos (orem por mim). Muitos porres nesta vida, poucos palpites sobre outras.
Um burn out pra conta e um sem-número de ideias pra dividir <3.
Nesta newsletter, tento sempre voltar à estaca zero e me lembrar do que realmente importa. Aciono o botão PAUSE e venho compartilhar sem pressa nem algoritmo coisas que me ocorrem gerundiando: vivendo, mentorando, botecando, estudando, ensinando.
Trago leituras, práticas e em breve Clube do Livro para quem sabe que pausar é o único jeito de continuar em movimento.
Ah, essa lição, aprendi com muita força depois de passar por um burnout e faço questão de levar adiante 😉.
obs. para saber mais dos meus trabalhos para além desta seara, em palestras e cursos, acesse brufioreti.com.br
obs2. para assinar a newsletter, é só colocar o seu email abaixo. Você também pode já garantir a sua assinatura paga, com os benefícios descritos antes.
esse texto mexeu comigo… só quem passou por um burnout sabe o que está por trás de um relato como esse; senti até um arrepio na espinha ao ler as palavras descrevendo as sequelas presentes no seu corpo. por aqui, sigo no mesmo movimento e fico muito feliz de ver a tua evolução sobre isso, Bru.
obrigada por escolher compartilhar!
sou Bold e não quero deixar de ser Pause 🤎✨