Não sei aí… mas eu pisquei e estou aqui na primeira semana de julho vivendo tudo diferente do que pensei em janeiro.
A vida tem feito dessas comigo: entre golpes de sorte e socos no estômago, me mostra que controlo só uma parte das coisas e que é preciso seguir esse fluxo com sabedoria e paciência.
Estou aprendendo, colocando mais as miudezas em perspectiva e apreciando o tempo passar diferente do que eu, inocentemente, gostaria.
Por essas e outras, o texto de hoje traz reflexões sobre o recomeçar invernal que julho inspira :-)
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Descarrego #25 | Janeiro de inverno
Dá cá um abraço.
A pressão externa entrou por osmose e desde então tem esmagado seu peito sem que você se dê conta.
Quando terminou o mês, você teve a sensação de que ele passou voando baixo, remexendo seus cabelos porém não tanto a ponto de desfazer o penteado. Piscou, um flash.
Não foi um mês, foram seis!
Já se passaram seis meses. Seis, não um, num flash
Seis longos meses que pareceram curtos demais para tudo o que você achava que tinha que realizar. Para avançar no velho projeto novo, ler a lista de livros, ver as série do hype, retomar o inglês, pegar firme na natação, pagar as dívidas ou simplesmente conseguir desfrutar o aclamado “tempo para si mesma”, nem que fosse 5 minutos de paz no banheiro sem filho chamando ou chefe mandando mensagem.
Você fez a sua lista, escrita ou mental, com alguns planos para o ano e, pah, julho veio e bateu como uma onda-surpresa bem na sua cara. A onda estourou lembrando que metade de 2023 sumiu, mas nem de longe metade dos seus desejos se realizou.
A vida tomou seu rumo, ou perdeu o prumo, não sei. Mas transcorreu sem trégua enquanto você tomava mais uma xícara de café no piloto automático.
Os dias e as noites, implacáveis, não aguardaram você se sentir pronta, ter mais tempo nem o mundo se tornar justo - e, quer saber, nunca vão aguardar.
O tempo não te aguarda você estar pronta, ter mais horas livres ou o mundo se tornar mais justo. Ele nunca vai aguardar
Eu sei, eu sei… Vem cá que abraçar é bom, juro.
Você não está sendo supercondescendente ou pegando leve demais consigo mesma, só está cercada por uma lógica que espreme a criatividade para tirar o puro suco do pragmatismo.
Ser uma máquina de fazer combina com seu jeito?
Contraria seus desejos?
Ou ambos, num paradoxo inexplicável?
Chegou julho e ele pode ser um fomentador de angústias para você, aumentando a sensação de perder tempo e ficar para trás. Ou pode trazer a sempre reconfortante ideia de recomeço.
Às favas com os críticos da motivação barata!
De vez em quando você recorre a ela, sim, para levantar a cabeça e ter “força, foco e fé”. Há dias ou épocas em que queremos um cobertorzinho de microfibra e um capuccino feito por outrem trazido no colo, de surpresa. Mimo e cafuné. Vitimização imatura e procrastinação, para recarregar a bateria que descarregou lá por março, abril.
De vez em quando, queremos motivação barata, autoabraço, cobertor de microfibra e capuccino de surpresa
Um autoabraço, permita-se.
Conte pra você mesma que esse julho é o janeiro do inverno aqui no hemisfério sul e que tem todo um charme e uma feitiçaria peculiares.
Pegue esse janeiro invertido e recomece como se nunca tivesse tentado antes, fazendo uma coisa minúscula pelo trabalho que quer, por sua saúde, por qualquer ideia que esteja adiando. Coloque suas vontades pra jogo como se fosse virada de ano, energia renovada, tudo-novo-de-novo!
Fale chichês. Viva clichês. Seja clichê.
Faça uma prece, uma promessa, uma lista de desejos - e depois deixe só um terço dessa lista, pinçando só os planos mais-mais que vão fazer você chegar no janeiro do verão (aquele clássico, daqui a seis meses) com a sensação de realização.
Se der errado, se abrace de novo, sabe?
Porque os meses passam, e você continua na companhia da única pessoa que realmente nunca vai te abandonar: você mesma.
É clichê; é verdade também.
É janeiro e nenhum julho vai te convencer do contrário.
Feliz ano novo.
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Quem sabe a gente se entende ;-)
Eu e o que escrevo
Textos, indicações de repertório e erros são culpa minha mesmo, @brufioreti 🙂
Sou jornalista, especialista em branding pessoal e carreira multipotencial, tenho pós em Mkt Político, cursei coisas variadas, tipo Feminismo Pós-colonial, Neurociência, Psicologia da Popularidade e Positiva, Business Coaching e por aí vai.
Trabalhei em grandes veículos de imprensa por mais de 17 anos até começar a ensinar e mentorar mulheres na seara da marca pessoal no digital e no trabalho. Adoro autodidatismo e defendo cruzar repertórios pra nos destacar e abraçar nossos "desencaixes" nesse mundo cheio de gente enquadrada. Ensino isso prática em mentorias individuais, palestras, treinamentos em empresas e cursos.
Pra dividir com mais gente a minha escrita e as minhas ideias, faço esse Descarrego semanal! No insta, mostro outros lados meus também, porque a gente é muito mais que o que pensa, trabalha ou diz. É o que sente e faz sentir 😉
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"Os dias e as noites, implacáveis, não aguardaram você se sentir pronta, ter mais tempo nem o mundo se tornar justo - e, quer saber, nunca vão aguardar."
Teve um millenial meme (a cara da sua curadoria inclusive), que uma amiga minha (millenial obviamente) postou outro dia que dizia: hoje fazem 6 meses que eu estou me estabilizando naquilo que prometi fazer em 21 dias.
E tem coisas (não todas, lógico), mas realmente tem coisas, que eu penso sempre que ainda preciso me estabilizar um pouco mais.
Esse texto foi muito abraço, te abraço de volta!
Mais um maravilhoso e que parece ter sido escrito especialmente pra mim!! Obrigada!