Hoje eu trouxe uma pílula de algo que sempre é assunto com os mais chegados: os tombos que a gente leva e o significado deles.
Há significado? Você decide.
Mas hoje eu compartilho a minha visão muito peculiar sobre isso, com o que posso falar assim, publicamente. Para mim, as quedas têm sido avisos, gritos dados depois de muitos lembretes sutis ignorados.
Tem toda uma área de estudos sobre equilíbrio corporal, que vincula ao emocional também. Adoro o tema e já li bastante sobre, mas hoje não é por aí que eu.
Vou para lá…
Sinais que eu inventei ou recados direto de outro plano? Você decide também.
Só te digo que meu lado Bruxona passou por aqui e ele não tropeçou, não, viu?
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Descarrego #18 | Os tombos que a gente dá
Caiu na contramão atrapalhando o tráfego.
Perdão pela referência e a mudança de verbos, mas foi o que pensei sarcasticamente quando despenquei de uma escada num bar movimentado, impedindo que os transeuntes trôpegos seguissem seu caminho um tempinho atrás.
Constrangida, tive que pedir paciência e recusar ajuda, uma vez que havia caído sentada numa pose que parecia vinda do Kama Sutra ou dos avançados estudos de Yoga -- não, não sou tão letrada em nenhum deles, só as deusas para explicar como me prostrei numa posição meio buda, com os pés entrelaçados, um cotovelo aqui, outro acolá, e o mais importante: não rolei escada abaixo mesmo depois de uns cinco copinhos americanos de cerveja.
Caí sentada numa pose que mesclava Kama Sutra com Yoga avançado. E não, não sou letradíssima em nenhum dos dois
Eu me desenrolei devagar e amedrontada, desci degrau por degrau apoiada na parede tentando avaliar se havia torcido um, dois ou sabe-se-lá quantos pés eu tinha àquela altura, tentando tomar pé da minha própria situação.
Não cheguei a torcer nem quebrar nada, nunca na vida me ocorreu, apesar de ser o tombo em pessoa. Percebi, porém, os roxos horrendos aflorando sob a minha pele nos pés, nas canelas e nos braços.
No dia seguinte, tudo doía.
Mas doía mais a minha incapacidade de ouvir o que minhas quedas me mostram.
Essa, assim como todas as outras, não foram à toa; e pode me chamar de esotérica que cansei de ser cética e ignorar uma parte tão rica da vida. O além. O além, minhas crianças, está às vezes a poucos passos da gente, separado por uma finíssima película, querendo nos passar rasteiras não por nos odiar, mas talvez por nos amar mais que nós mesmas.
As coisas têm limite, e se a gente não vê, alguém ou alguma coisa aparece para nos dar e mostrar.
As coisas têm limite, e se a gente não vê, alguém ou alguma coisa aparece para nos dar e mostrar.
Meses atrás, levei uma espécie de empurrão, que por pouco não me arrancou os dentes, quando eu estava tentando ajudar alguém para além das minhas forças, que eram pouquíssimas à época. Todo mundo testemunhou boquiaberto, porque não tinha ninguém me empurrando no aquela força para frente, e eu estava parada... foi uma coisa meio "Ghost", lembra?
Já teve escorregão grave no meio da rua, queda de banquinho com ferro enfiado na perna, batida da cara em vidro, só para citar alguns que me fazem rememorar exatamente o momento difícil pelo qual estava passando, em negação.
A queda que descrevi no início veio seguida de uma decepção que eu poderia ter evitado se fosse menos coração, mais razão. Se não romantizasse amizades, pessoas, fatos. Lição aprendida, com o contorcionismo que era necessário.
E bota escorregão, tropeço, torcida de pé, desequilíbrio nessa conta...
Resolvi, uma vez mais, me forçar a prestar atenção aos afetos e desafetos antes de cair no fundo do poço ou numa poça rasa de novo.
A resolução por aqui é aceitar os dolorosos sinais com mais agilidade, antes de um tombo precisar me acordar.
Se você está se perguntando se eu falo de tombos literais ou simbólicos... bom, no meu caso são reais, o roxo na canela ainda está aqui para provar.
Mas tenho os simbolismos deles também, em caras, bocas, sumiços, aparições, falas sutis, ironias, enjoos, dores de cabeça e outras formas. Eu sou espertíssima para uns e completamente incapaz de aceitar outros -- muitos de nós temos esse mesmo perfil, afinal.
Eu sou espertíssima para ler alguns sinais e completamente incapaz de aceitar outros
As descobertas ruins, assim como os tropeços, doem, mas estou aprendendo a agradecer por cada um.
Sem eles, continuaria caminhando na direção errada. Melhor parar, se curar e mudar a rota e as companhias se preciso for… Até que o próximo tombo nos separe.
Não tem áudio ainda :-(
Porque a voz tá falhando muito agora que estou fechando o texto. Mas ele voltará, se eu não cair até lá kkk
Tombos no Repertório
UM LIVRO
“Circe”, da escritora americana Madeline Miller, foi lançado em meio a elogios em 2018, por ser uma prosa que trabalha elementos da mitologia grega de forma surpreendente e criativa. Circe é uma desencaixada por excelência, porque não é deusa nem deixa de sê-lo e se descobre feiticeira, poderosa mas por vezes amaldiçoada por ser quem é. Por mais lúdica que a narrativa transcorra, ela nos remete a uma série de alegorias sobre as condições femininas e nos faz nos sentir todas um pouco Circe. Os inúmeros tombos e deslizes dessa semideusa dourada são também a eclosão da bruxa perigosa, porém cheia de amor para dar, revelando uma dimensão paradoxal e “humana” deliciosa de descobrir. Amedrontador também: representar uma figura feminina com poder acarreta castigos e tropeços doloridos no mundo mágico grego… assim como aqui na Terra.
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Quem sabe a gente se entende ;-)
Eu e o que escrevo
Textos, indicações de repertório e erros são culpa minha mesmo, @brufioreti 🙂
Sou jornalista, especialista em branding pessoal e carreira multipotencial, tenho pós em Mkt Político, cursei coisas variadas, tipo Feminismo Pós-colonial, Neurociência, Psicologia da Popularidade e Positiva, Business Coaching e por aí vai.
Trabalhei em grandes veículos de imprensa por mais de 17 anos até começar a ensinar e mentorar mulheres na seara da marca pessoal no digital e no trabalho. Adoro autodidatismo e defendo cruzar repertórios pra nos destacar e abraçar nossos "desencaixes" nesse mundo cheio de gente enquadrada. Ensino isso prática em mentorias individuais, palestras, treinamentos em empresas e cursos. Tem infos e conteúdo no perfil @projetodesencaixa.
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