Desenvolvi nesta semana algo que batizei de Teoria do Ímã Pessoal, que evidentemente bebe em uma porção de outras aprofundadas e com batismos bem mais célebres que o meu. Não me importa, a nova Teoria ganhou causalidade tão somente pela minha mente fértil, mas não deixa de ser baseada em fatos reais.
Empírica, válida para mim, quem sabe pra você.
Postulei que atraímos os assuntos que precisamos ruminar E comunicar de formas abundantes e variadas, por tempo indeterminado, até que os elaboremos e, de preferência, consigamos colocá-los em palavras, para dessa forma garantir que encontrem plena cognição do imantado e seus pares.
Ou seja, somos perseguidos por certos temas mesmo que neguemos que nos interessam.
Que praga! Que bênção!
Os benditos aparecem conversando, dialogam entre si enquanto são magnetizados para o nosso entorno.
Surgem em livros, artigos, trechos de filmes, séries, pessoas comentando enquanto atravessam a rua, cartazes aleatórios, conversas improváveis de bar, perguntas de desconhecidos. Pipocam do nada e se acumulam numa montanha de citações, sentimentos e ideias entrelaçados entre si.
Cria-se um nó que está ali para ser desfeito, sob pena de não apenas permanecer na garganta, como se agigantar graças a novas sincronicidades temáticas.
A Teoria do Ímã Pessoal ganhou nome e virou este texto depois de eu notar nesta semana que o fenômeno está acontecendo comigo há cerca de um mês. Já senti esse estranho magnetismo antes, mas dessa vez passou dos limites.
Cogitei ser apenas o meu viés de interpretação - de certa forma, sempre é.
Levantei a hipótese de eu estar numa busca deliberada, e não ter nada de coincidência, de chuva de ideias randômica - o que também, se pensarmos bem, sempre é.
Então ponderei, resignada, que consciente ou não, disponho de uma espécie de imã que neste momento anda atraindo o assunto lucidez (ou falta dela) no processo de expressão e criação.
Nada exatamente novo para mim, preciso admitir. Mas acendeu aquele alerta, por duas razões: primeiro, porque estou lutando para destravar numa escrita que por alguma razão está engasgada há tempos; segundo, porque pausei um projeto que bebia na ideia de ser DESENCAIXADA há pouquíssimo tempo para me dedicar a outro, mais focado em ensino.
Enquanto isso, os desencaixes não param de chegar na caixa de entrada da minha vida!
Cheguei a listar as múltiplas formas de o dito-cujo se apresentar, desprovido de freios e avesso a agendamentos.
Veio numa sequência matadora de 5 livros que peguei para ler em duas, três semanas e que supostamente não tinham nada a ver entre si - é que eu leio vários ao mesmo tempo, não se assuste se agora começar a entender minha loucura e por que o assunto me persegue.
Apareceu no cinema, na série, nas obras de arte da exposição, em toda conversa que estabeleci, na necessidade de clientes e até naqueles posts malditos que você não pede para ver mas invadem a tela do celular.
Não questionei minha sanidade - não mais do que sempre questiono -. Questionei se tenho a opção de deixar de lado o estudo a sensação de desencaixe que tanto me caracteriza e me afastar de comunicá-la.
Pela Teoria do Ímã Pessoal, não. Não tenho opção.
Devo continuar a adentrar na imensidão lúcida que reside na loucura, aceitar suas vicissitudes e contar para quantas pessoas puder que é NORMAL ser ANORMAL. É desejável, libertador e salutar, visto que a sociedade em si anda tão indesejável, castradora e doente.
Com isso, estou agora em fase de ruminação do que fazer com a ideia das DESENCAIXADAS que tentei deixar de lado, mas voltou a jato, se espremeu até entrar por todas as frestas e invadiu a minha morada.
Aproveito para deixar a despretensiosa Teoria do Ímã Pessoal para que você possa também detectar quais assuntos andam te rondando, mesmo que menos ostensivos que os meus desencaixes - dê um desconto a eles, são mais ousados e invasivos que os demais temas mesmo.
Perceba o que seu ímã atrai e rumine os subprodutos dessa fusão com seu momento. Talvez você se livre dos seus detetives onipresentes ao encontrar algum propósito nessa atração.
Os meus agora mesmo estão vindo na minha direção e nem ouso pedir socorro. Quando eu souber o que fazer com eles, te conto.
Eu e o que escrevo
Textos, indicações e erros são culpa minha mesmo, @brufioreti 🙂
Sou jornalista, fissurada por ler e escrever desde pequeninha. Trabalho hoje com branding pessoal e posicionamento digital com foco na carreira, além de dar palestras, treinamentos e cursos para empresas.
Tenho pós-graduação em Mkt Político, cursei coisas variadas, tipo Feminismo Pós-colonial, Neurociência, Psicologia da Popularidade e Positiva, Business Coaching e por aí vai.
Trabalhei em grandes veículos de imprensa por 17 anos até começar a ensinar e mentorar mulheres na seara da marca pessoal no digital e no trabalho. Adoro autodidatismo e defendo cruzar repertórios pra nos destacar e abraçar nossos "desencaixes" nesse mundo cheio de gente enquadrada. Ensino isso prática em palestras, treinamentos em empresas, colaborações e cursos.
Pra dividir com mais gente a minha escrita e as minhas ideias, faço esse Descarrego semanal, que traz reflexões e desabafos sobre questões contemporâneas que nos afligem ou acolhem.
No insta, mostro outros lados meus também, porque a gente é muito mais que o que pensa, trabalha ou diz. É o que sente e faz sentir 😉
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Bru, você pode dividir com a gente o que está lendo? Que livros são os considerados neste artigo?
Te conto que desenvolvi um tema para o TCC de um curso de pós graduação que acabei de fazer no SENAC e um trecho do livro que vc indicou (Happycracia) não só "conversou" com o propósito do trabalho como aumentou ainda mais a minha curiosidade. E hoje, na reunião da escola da minha filha, o assunto surgiu novamente. Enfim, mesmo querendo fugir algumas vezes, há temas que nos perseguem, nos pedem aprofundamento e compartilhamento. BEijo